Pular para o conteúdo principal

** sAbOtaGeM d si MeSmO **


Há ruinas que o tempo não dissipa com seu assopro.

Elas mais parecem fantasmas de um tempo perdido. Seguras de si, imponentes.

Mas o que ninguém percebe é que para destruir, basta um leve toque e tudo balança. Fortes estruturas enigmáticas, mas sem vida. Basta o ponto certo para que tudo venha abaixo.

E assim, mantemos certas ruinas em nossas vidas por anos, décadas e inclusive até o fim.

Para que precisamos de um campo onde a visão é apenas o passado?
Para se lembrar, isso eu já sei. Mas qual a finalidade?

Causar dor, ressentimento. Para atestar os fracassos e se torturar toda vez que a voz da critica te questiona em dias sombrios?
Ah, não precisamos disso.
Mas as ruinas tornam-se deusas, intocáveis... Cheias de poder.
Eu ando criando coragem para enfrentar algumas delas e destruí-las. Demorei, sei bem disso. Mas somente com o passar dos anos é que vemos que ao invés de nos tornarmos fracos é que achamos o pote de ouro do amadurecimento. 

Descobri que tem coisas e até pessoas que devemos deixar para trás. Feito ruinas, feito um lugar que só a poeira habita. Não cabe meu amor mais ali. Minha dedicação, minha luz. É apenas uma desova de sentimentos, onde começo a arrancar de mim e me desfazer. Os dias vão transformar tudo em pedras rochosas, com faces desenhadas talvez. Com momentos cravados em um risco sem fim, mas só se assim eu o desejar.
Mas, tem casos que faço questão de esquecer. 
Não se precisa sentir sede de coisas que já se foram, pois a agua já não transborda o copo a frente. É meramente ilusão.
Ilusão e apego. 
Nos sabotamos toda vez em que achamos que somos felizes com o irreal, com o que já se teve forma e se desfez feito fumaça. Somos felizes sim, com aquilo que está preso entre as mãos, sólido, de verdade e que mesmo que essa mão se abra, não vai escorrer... vai permanecer ali. 
Do mais, prefiro que minhas ruinas se desfaçam... que virem poeiras e escorram por entre meus dedos calejados.
Haverá o que se plantar nesse terreno, mas preciso dele vazio.
Para um novo amanhecer,
para um novo começo. 
E aí, topas fazer isso?

(by JanNe)

Leia ouvindo

Comentários

♥ Xand@ ♥ disse…
Ehhh amiga...muitas vezes o empurrãozinho pra derrubar de vez essas colunas, devem partir de nos mesmos.

Lindo Post...Bjão!!!
Janaína Pupo disse…
Minha amiga, sou tua fã, já te disse?
Meu... vc manda muito bem!
Beijos linda

Postagens mais visitadas deste blog

* A peça chave, é você! *

Estranhamente temos ou sentimos a necessidade de estar em constante limpeza interior. Ontem o que era bom, hoje já não satisfaz. O que agora te faz sorrir, amanhã será só uma lembrança. Crises são crises. E as existenciais são um estrondo na mente. É um pensar sem parar, uma angustia uma falta de resposta e não aceitação do que se vive. É um olhar para dentro e não saber o que realmente importa. Como se estivesse dentro de um quebra-cabeça gigante e ter plena certeza que nenhuma peça irá se encaixar. Existo por quê? Há os que virão com belos conselhos contra o seu vazio. Os que te apresentarão a religiosidade, os que simplesmente te dirão para parar de frescuras e seguir. Nada disso é válido quando você mesmo não quer enxergar não é mesmo? Sei bem. Nesses momentos, o que alivia mesmo é o silêncio. É se trancar em um quarto escuro, fechar os olhos e se imaginar parte dessa escuridão. É permitir que as lágrimas escorram e que seu corpo se esgote tanto a ponto de não sent

** FuManTeS S.A **

- Eiiii, alguém para esse trem da abstinência porque necessito descer! Algo em mim não vai bem, uma confusão estrondosa, mente e corpo em um ringue estilo MMA. A idéia foi boa, diga-se de passagem, de uma mente cansada e já se sentindo escrava. O corpo vem reagindo como pode, gritando sua grotesca falta de nicotina, atormentado: ô coitado! Sete dias. Uma semana. 168 horas sob a mira da força de vontade – é tudo que tenho e que utilizo para tranqüilizar o animo. Opinião não se tem muito valor a quem deseja suicidar um vício. As correntes de apoio também não, afinal serão as mesmas que se tornarão criticas fatais caso vacile na minha decisão e obedeça a recaída. Não, não quero isso. Juro. Mas citarei alguns dos malefícios e benefícios desse ato excelente, mas insano vai... ou o contrário? Ráh, já nem sei. Eu gostava de fumar. A fumaça tinha algo encantador, sedutor... e invadia meus pulmões com o mesmo propósito e me levava em segundos a um êxtase de s

** FiCar prA quÊ? **

Ei! estou escutando sua voz ao longe... Percebo apenas que está gritando, me falando coisas indecifráveis e que agradeço por estar tão distante para não ouvi-las. Já bastam minhas lamentações e choro instantâneo e oculto. Sim, sinto muito, mas nesse momento estou machucada demais para ouvir palavras que me feriram tanto... e poxa vida, elas são tantas! Parecem que nunca vão morrer na lembrança. Melhor mesmo é dar no pé. Sair correndo sem meus chinelos favoritos, massacrando os cascalhos que estão pelo caminho. Nada fere o corpo se a alma está fragmentada pela dor. O melhor é sufocar meu fôlego e ficar quieta daqui uns metros, até que tudo se acalme e eu não possa ver você em meu passado me chamando. Estou sendo egoísta? Talvez. Mas só eu sei o que é melhor pra mim. Nada adiantou. No fim tive medo desses sonhos e permiti que eles fossem mutilados. Um a um, num erro constante. E a saída é esta: a fuga. Antes que eu me arrependa e sinta saudades demais e pense em volta