Sou viajante sem mala e descalça, quase uma andarilha, a única diferença é que mesmo entorpecida sei meu rumo. Sei por que ando de mãos dadas com um anjo e ele vai cantando pelo caminho... Canções alegres e tristes. De saudade, de vazio. De êxtase, de pura vida. Um misto. Tem lugares que meus pés doem, sinto cansaço e frio. Mas em muitos outros, a beleza natural paralisa meus olhos... são tantas cores, tantas ruas diferentes e a tal ladeira da saudade... É nela que recuso a passar, mas o anjo me puxa a força, me faz chorar. Descontente, vou soluçando... Quanta maldade naquele que jurou me cuidar! Tento desapegar de sua mão firme, mas ele não permite. Segura até fazer meus dedos doerem e alimentando meu ego de coragem, sigo ladeira abaixo. Tudo que há nesse lugar me é familiar. Vou olhando com cuidado – olhos assustados. Ate o ar tem cheiro adocicado. E muitas das pessoas que vejo, sinto vontade de abraçar, tocar. Saudade – saudade – saudade. Das pesso