O vento dissipa as folhas das margaridas e rosas, pois sopra com força. E tudo se vai. Houve momentos que achei que a paisagem colorida fosse desaparecer diante dos olhos em frações de minutos, sem me dar chances de correr e salvar algo do jardim imenso. Mas há sempre um tempo. Há sempre uma opção diante de olhos desesperados.
E então sinto o cheiro delas.
Das flores que nem percebi, mas que estão intactas.Afinal elas gostam da ventania, foram feitas para suportar o mal estar súbito do tempo.
As tempestades as alimentam e renovam suas estruturas frágeis.
E o sol suga suas energias, mas é também algo necessário.
Boba fui eu, que corri pra deixa-las protegidas e não vi o obvio.
Tocando-as, percebi o quanto somos parecidos (as) com as tais flores. Resistentes quando achamos que somos fracos e fracos quando acreditamos sermos fortes. Deveria ser ao contrário, não acham?
Mas não se tem explicação para isso. É além de mim, de você e daquele que quiser entender.
Só sei que as margaridas encantam meu olhar e as rosas me embriagam tamanha sedução de suas cores variáveis. As margaridas brancas simbolizam meu espirito.
E as rosas eu tenho medo de tocá-las...
Sempre, sempre me machucam com os espinhos - e estas sim são parecidíssimas com as pessoas:
“Hipnotizam com a beleza exterior. Exalam cheiros que impregnam. Mas antes que se desabrochem para mostrarem a beleza única de seus botões, os espinhos ferem rapidamente num toque simples”.
Se for valer a pena continuar com a tortura, tente sempre sentir sua dor minúscula. Ela pode ganhar proporções ou também ser sanada com o contato continuo. Tudo depende de suas escolhas e de até aonde se deixa machucar.
Há outras flores que também se comparam com pessoas e que não ferem! Mas muitas vezes são tão exóticas que assustam só de olhar. Acho que nessas se pode confiar hein.
Na verdade, os anos me ensinaram a gostar da simplicidade delas e das minhas serenas margaridas... Do que me deixar perturbar por lindas rosas.- by JanNe –
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