Num tempo obscuro tirei minhas sandálias e resolvi que botar
os pés diretamente ao chão me fazia mais bem do que se poderia imaginar. Tudo
vai doer quando estiver descalço, mas as pedras que machucam são meramente
necessárias, assim como aliviar os pés nas águas de um riacho.
É uma constante.
Hora dor, hora alivio.
E todos os caminhos vão criando suas formas intocáveis em um
canto sutil da lembrança de se ter passado e/ou vivido algo.
Resolvi sentar.
Encolher e abraçar meus joelhos sem pensar em nada.
Pelo menos tenho alguns instantes de sossego, posso sentir
que nada lateja, nada me suga, nada me prende.
Confesso que a sensação de se paralisar tudo é acusadora. É como
se todos respirassem e você não. É como se os dias de todos passassem e o seu não.
E assim me torno uma admiradora assídua dos minutos que se vão. E o mesmo bem
estar que invade, sufoca!
Mas quem não precisa furtar seu próprio tempo?
Nem respondam. Sei as respostas.
Inquietamente elas zombam do meu silencio.
Mas não dou a mínima.
Continuo a vagar nos olhos amendoados do destino.
Que como sempre, me mortifica tamanho cinismo.
by JanNe
Comentários
Que bom ver você escrevendo!!! =D
Sentar e observar é legal sim mas não esqueça de atuar também. A vida é tão bonita.
Bjuuus
End Fernandes
=]