Em um período muito curto as
descobertas são variáveis. Por exemplo, descobri que o esquecimento
não é um ponto final de uma lembrança qualquer e sim uma mera
reticência, das quais utilizo tanto em meus textos e de quebra nem
havia me atentado do 'porquê'.
A vida muda ou mudou (reticências)
Eu mudei (reticências)
O amor acabou (reticências)
Notei que minhas reticências vem e vão
como parte obrigatória. Desde o inicio ao término de uma frase...
lá estão elas. Sem contar que mentalmente as utilizo mais do que o
necessário no mais profundo silêncio.
O que me cabe nessa vida é apenas o
singelo poder a curto prazo: o meu agora (nesse exato momento). E nem
me sobra tanto para glorificar-me.
O passado foi vivido. Saboreei cada
gole, me fartando do destino para se colocar o começo, meio e fim
para cada coisa vivida, como uma tarefa realizada com ou sem sucesso.
O presente é reticência pura - nunca
vou saber como vai terminar, afinal as incertezas diárias são
tantas!
O futuro sei que é o ponto final de
tudo e quando penso que o alcancei, ele simplesmente acena de longe e
sorrateiramente prossegue distante de mim a longos passos.
... então tem aquelas horas que
fatalmente me canso! Sigo utilizando as virgulas para poder alimentar
meus anseios, acalentando os erros e acertos.
O que mais posso fazer a não ser dar
vida aos meus textos enfadados ao meu próprio vocabulário limitado?
É um jeito. Uma busca, uma fuga.
Brinco com as palavras que possuo,
molestando minha própria capacidade ao extremo.
E na vida, acabo mesmo pedindo
permissão para a luz infinita que me guia para fazer dos rascunhos
uma linda história, onde as pontuações gramaticais nada mais são
do que um mero detalhe (ah, ia me esquecendo... reticências)!
by JanNa
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