Ei, sou eu lembra?
Ainda continuo falando em metáforas, incógnitas e ocultando nomes e sobrenomes. Ainda olho no espelho (mesmo que rapidamente) e deparo comigo sem muitos sustos, afinal nunca fui mulher de se grilar com as marcas do tempo e sim com o avanço das horas que se perdem num buraco negro da minha historia. Só eu sei o que vivi, o que senti até aqui. Tento explicar, mas fica sempre uma duvida no ar, uma observação se estou sendo compreendida ou meramente taxada de qualquer absurdo.
É, meus cabelos mudaram. Transformaram-se em loiros, caramelos, castanhos e pretos. Meu jeans já não é mais aquele que eu tanto gostava e até ontem eu ainda juntava nas gavetas, como forma de se voltar ao tempo.
Ontem eu ainda ouvia samba, rock... hoje prefiro entender a letra. Tiro dela meus sentimentos ocultos, revivo-os... tudo calada, sem muito barulho.
Os sonhos?
Ah, estes continuam... brotam feito erva daninha, mato chato, mas que nunca temos coragem de limpar o terreno... mas é uma erva que só se faz mal quando é surreal. Do mais, penso , no que seriamos se não tivéssemos sonhado um dia.
Eu seria ainda uma criança, querendo ser gente grande. Ainda circularia pelas ruas apenas de calcinha... ainda choraria quando perdesse minha mae de vista. Estaria ainda num lugar qualquer da ponta dupla do passado. Mas sonhei alto. Sonhei ser quem sou. E eis me aqui.
Biologicamente as mudanças são inevitáveis. Rio para elas, como se quisesse dizer: “Ei, tô sabendo de vocês, mas fiquem aí paradinhas... porque ignoro o biológico para ser apenas espirito... e como todos sabem, nesse não se decifra idade alguma.
Ainda curto a sensação de se balançar sozinha. De ver meus pés flutuando, me dando impulso para ir cada vez mais alto... E a realidade me grita: “Mãeeee sai dai, você já cresceu” ou “Mãe, vc é doida... (risos).
Liberdade! Essa ninguém me tira.
Continuo calçando 34. Continuo me sentindo linda quando menos espero. Continuo critica. Continuo palhaça, boca suja... continuo ajudando, continuo sendo amiga. Continuo de TPM. Continuo tomando pílula... (hahahaha essa é boa).
Continuo mulher e menina ou menina mulher?
Sei la.
Eu apenas sei que o fio da vida ainda me liga: em pessoas, nas coisas, na natureza, sensibilidade e na família. Prende-me a um amor mau nascido e em muitos outros esquecidos.
Me prende a trabalhos sufocantes e me deixam em crise. Existencial, natural... real.
Só sei, que aqui dentro eu continuo a mesma. Imperfeita, mas ciente do melhor que faço por mim, por meus amores...
E assim finalizo, sabendo que sempre estarei da menina dos meus olhos, querida Janaína.
Prazer, essa sou eu!
** Jana, JaNne, Jan, Janaína **
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