- Eiiii, alguém para esse
trem da abstinência porque necessito descer!
Algo em mim não vai bem, uma
confusão estrondosa, mente e corpo em um ringue estilo MMA.
A idéia foi boa, diga-se de
passagem, de uma mente cansada e já se sentindo escrava. O corpo vem reagindo
como pode, gritando sua grotesca falta de nicotina, atormentado: ô coitado!
Sete dias. Uma semana. 168
horas sob a mira da força de vontade – é tudo que tenho e que utilizo para
tranqüilizar o animo.
Opinião não se tem muito valor
a quem deseja suicidar um vício. As correntes de apoio também não, afinal serão
as mesmas que se tornarão criticas fatais caso vacile na minha decisão e
obedeça a recaída.
Não, não quero isso. Juro.
Mas citarei alguns dos
malefícios e benefícios desse ato excelente, mas insano vai... ou o contrário?
Ráh, já nem sei.
- Eu gostava de fumar.
- A fumaça tinha algo encantador, sedutor... e
invadia meus pulmões com o mesmo propósito e me levava em segundos a um
êxtase de satisfação pura.
- O hábito de estar com ele em todos os lugares,
momentos e em todo tipo de emoção era mais que uma amizade sincera, éramos
quase irmãos (com o diferencial de que este amigo eu bem sabia dos males
que vinham com ele e talvez por ‘ter ciência disso’ é que eu aceitava numa
boa devido a ‘não decepções’ no depois ou decorrer.
- Estar entre grupos sempre foi mais divertido, o
teor de nicotina nunca afetou nosso olfato, tato e expressões. O cheiro
que ficava tinha que ser suportado, afinal grupo que é grupo não se tem
discriminação. É unido e ponto.
- Depois de qualquer refeição sempre foi melhor
que sobremesa... era a fumaça mais esperada do dia... Simplesmente muito
bom.
- Calmante, relaxante, amigo, companheiro...
Inibidor de surtos, controlador dos nervos e muitos dizem, emagrecedor –
querem mais?
Mas já chega. Não vou dar
muita ênfase a um corpo viciado como o meu.
Então partimos aos
benefícios e até acho que todos vão querem acrescentar alguma parte (e realmente
espero).
- Desapego. Confiança. Força. Autocontrole.
- Sentir o próprio cheiro novamente não tem preço.
- O vento não me faz desejar passar creme nas mãos
ou tomar banho de perfume a cada trago.
- O cheiro de shampoo é extraordinário e ele fica
nos cabelos – já nem acreditava mais nisso (hahaha)
- Os alimentos têm sabor... e como são gostosos,
hmmmm.
- A pele está diferente, brilhando talvez.
- Consegui caminhar depressa e não me senti tão
cansada como se tivesse andando por léguas e com mais de 90 anos.
- Minha mente é quem manda (Ufa)
- Os hábitos são substituídos numa boa, basta ter
originalidade em se mudar (ler, escrever, exercícios, dietas ou comer rs).
- Os grupos
são os mesmos, mas o diferencial é que não me sinto tentada a cair numa
tentadora fumaça flutuante em minha frente.
Dentre outras e mais outras
e outras coisas. Estou sabendo que os benefícios são enormes, sem contar a
tagarelice de um profissional ou um médico no discurso. Mas melhor deixar pra lá,
nessas horas muito blá-blá-blá incomoda mais que mil elefantes fumantes.
Os dias vão se arrastando e
vou solicitando forças aos céus para que toda essa paranóia tenha fim e que
logo, isso se torne apenas mais uma experiência.
Não existe melhor hora de
parar. Existe melhor hora para ouvir sua própria voz.
Eu quis parar. Desejei.
Limitei-me.
É uma luta para poucos, mas
possível.
Talvez uma guerra intima,
onde podemos sair vencedores ou perdedores. Vivos ou mortos de nossa própria
vontade.
Acho que seria mais fácil
quando recebemos uma ajuda. Mas preferi o anonimato de outras vezes, afinal é
uma guerra fria e só minha e quando dá, divido.
Sete dias pra muitos são
apenas sete dias. Mas pra mim é uma vitória, afinal pra quem fumava toda hora
de um dia inteiro... Sete dias é um marco, é uma glória.
E a Libido??? Vai bem,
obrigada!!!
by JanNa
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