A correnteza te arrastou.
Sim, ela te levou e por pouco não te tirou a vida. Mas seu fôlego ainda estava
ali, meio que distraído ao desespero. Apavorado com as conseqüências do que se
não pode adivinhar.
Fiquei na beirada, como tua
sombra que não abandona.
Mas minhas mãos estavam
longe né? Ou talvez será que não as viu?
Sentei. Ouvi teus gritos,
mas sinceramente não quis ajudar – afinal me afogaria com você e nas circunstâncias
poderia até me responsabilizar por te levar ao fundo. Mas me nego a isso. Pois
creio que nos afundamos sozinhos, sem culpas, sem traquejos.
Continuei olhando e vi
quando se agarrou em algo – suspirei de alivio, confesso. Vi quando usou suas únicas
forças para chegar até algo que te desse segurança e assim o fez. Não precisou
de ajudas, você notou?
Bati palmas.
Adoro ver quando as pessoas
se superam.
Surpreendentemente permitiu
que o ar invadisse seus pulmões e foi se acalmando e então chorou.
Uma dor o invadiu, mas não física...
uma dor proveniente da alma. Viu seus erros, sua luta contraditória e
entregou-se mais uma vez a própria pulsação.
É a vida que vale a pena,
pensou!
Os erros costuramos feitos
remendos de retalhos. A falta de fé renasce quando mais precisamos e o amor
perdido talvez lhe dê uma chance. As mágoas voam feitos pássaros (quando
desejamos libertá-las) e as dores são curadas quando aprendemos a fazê-las
adormecerem em nossos colos fraternos.
Há uma luz lá na frente. As águas
podem ser fatais, mas elas nos ensinam a lutar e ter esperanças e o medo de
entregar os pontos é maior que a própria vida afundada na lama.
Você precisa lutar meu caro.
Limpar-se. Curar-se.
Não ligo que não tenha me
visto te observando. Meus propósitos e sonhos pra você no momento não
alterariam os fatos.
E ainda fiquei sentada até
quando parou de chorar e saiu do chão quase se arrastando... e foi andando,
andando... e sumiu no horizonte.
Ali eu sabia que você ficaria
‘numa boa’.
Olhei os céus, olhei a
correnteza e mentalmente fechei os olhos em agradecimento a força que não se
pode ver... Que vem de um feixe de luz. Que consagra meu coração de ‘dias
melhores’ e assim, fui cuidar de mim. *__*
by JanNa
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