sexta-feira, 5 de setembro de 2008 22:21h
Sinto-me como um iceberg frio e solitário.
Às vezes tenho a nítida sensação que estou fazendo tudo errado em busca de uma perfeição que não existe, pois não há pessoas perfeitas, amores perfeitos, momentos perfeitos. É tudo ou nada.
A gente passa anos buscando uma felicidade ilusória. Mas pra ser franca, ela está aqui dentro do meu peito e dentro do seu. Pulsando, batendo forte a cada emoção. Se parar, a vida morre.
Se acelerar nos sentimos mal, com a sensação que o mundo está rodando e te deixando em meia a ventania.
Se bater lentamente, achamos que o fim está próximo e nos enchemos de temor.
Na verdade, ninguém quer sair de cena. O coração é o único (embora eu saiba o básico da anatomia humana) prefiro acreditar que é ele quem comanda a vida e não o cérebro.
É ele que nos permite amar, odiar, sentir. Nos faz feliz e infeliz em questão de segundos. É a porta de entrada da nossa fé e receptor das pessoas que ali ficarão.
O meu, embora tenhamos várias brigas (pois ele me coloca em cada uma!) é bonzinho, meigo feito uma criança.
Às vezes se emburra também. Chora, se lamenta. Mas logo se anima e me coloca pra cima.
Sou feliz com o que tenho. Deus foi perfeito comigo.
Queixo-me das escolhas erradas, das frustrações, coisas da vida. Sei que terei saudades do hoje, que daqui a algumas horas será ontem. Embora tantos fatos, altos e baixos eu amo a vida exatamente como ela é.
Seguindo a filosofia espírita, tenho tudo que mereço e vivo tentando acertar os ponteiros com o ontem, fazendo do meu agora aquilo que acho certo. Seria hilário se acertassem todas, mas também seria muito sem graça se isso acontecesse. Pois que valor teria a vida se fosse perfeita, cheia de acertos?
A batalha diária, tanto a interior como a exterior é uma opção maravilhosa. Gosto disso. Da liberdade de escolha, dos débitos a serem pagos.
Sinto-me uma eterna estudante sentada numa sala de aula. Aqui questiono, aprendo, vivo.
O frio e o vazio irão passar. O iceberg derreterá com a luz de um sorriso qualquer. E meu coração (como um bom sensitivo que é, já prevê tal façanha), fazendo meus batimentos cardíacos acelerar-se e diminuir num impulso só. Como estivesse brincando com minhas emoções (aff... até ele!!).
Uma boa madrugada para todos.
BjOo
Jana
P.s.; Momento de reflexão: “Agora, ao final de nossas andanças, nossos olhos são outros, olhos de velhice, de saudade. Toda saudade é uma espécie de velhice, disse o Riobaldo. É por isso que os olhos dos velhos vão se enchendo de ausências.“Memória fraca”, dizem os jovens. Engano: é que sua alma sabe o que merece ser lembrado. Esquecem-se do que aconteceu ontem, mas se lembram do que aconteceu há muito tempo, como se fosse hoje” (texto retirado do livro: “Se eu pudesse viver minha vida novamente” – Rubens Alves).
Comentários