Aflijo-me pelo céu em desatina lastima...
Um choro que molha a terra e que vem lá de cima sem prévios anúncios.
Chega. Molha. Umidifica o que (aquele) que está seco.
Trás um pouco de maciez a alma.
Choramos juntos.
Por dias intermináveis, por lembranças que ficarão nesse tempo.
Nada irá saltar com o vento para o novo.
E como folhas secas, voarão para algum lugar especial do passado.
Deves-se ficar, toda saudade. Todo amor dado. Toda dor sofrida.
E os muitos sorrisos que se alegraram a alma em curto espaço.
Ah! Eu esqueci?
Não. Mas ficarás aqui.
Os lugares para a nova viajem estão ocupados e não há brechas para tormentos conhecidos.
Prefiro virar a página e te deixar em algum lugar desse velho ano mesmo.
Talvez em Maio passado...
E para sempre ali meu desagrado.
A brisa renova e trás um sorriso inocente.
Conhecido até, mas esperançoso de sei lá o que.
Como saberei se não arriscar?
Não há como, apenas redesenhar.
O jeito é saltar com os pés soltos, flutuar no vazio e se acalmar.
Sou mesmo assim... visceral até quando olho pra mim.
Deprecio meu estado súbito de sair daqui com alguma coisinha qualquer. Uma lembrança quem sabe, um pouco desse amor que desprezei.
Mas o frio da alma não me contenta e sim condena.
Esquenta-me o desconhecido, o que há por detrás dessa passagem.
Nuvens suaves. Céu azulado. E sonhos remodelados.
Hora de correr em busca deles. Soprar-lhes vidas... ou minha própria vida.
Quero morrer quando os artifícios tiverem rasgando o céu. Mas não morrer de morte morrida, mas morrer pelo que já fui e pelas angustias que juro, não merecia.
Quero chorar expandindo meus pulmões como se fosse a primeira vez...
Um novo suspiro. Uma nova razão.
Sem criticas, sem culpas e/ou culpados.
Apenas um novo viver.
- by JanNe –
Comentários
Beijos.