Pular para o conteúdo principal

AmIGoS e AmOrEs eM bRancO



domingo, 27 de julho de 2008 14:56h

Perdi a noção dos minutos que passei entre um cigarro e outro para escrever este post... Me senti feito a fumaça que exalava do fundos dos meus pulmões. Cinza, sem vida, vagando. O ar aqui está parado, o silêncio é absoluto.
Estive esse final de semana na casa de uma amiga, mas confesso, trouxe de lá minhas piores conclusões.
As pessoas mudam, principalmente se estão em seu próprio habitat. Na verdade odeiam terem seus espaços invadidos e toda aquela movimentação fora do habitual. Eu senti falta da amiga que tive e que por cargas d’águas não terei de volta jamais. Os anos não só mudaram nossas expressões físicas como também nossas almas... Somos diferentes agora, mas antes éramos iguais. A gente tinha a mesma opinião das cores do horizonte e nos achávamos parte uma do mundo da outra.
Agora é diferente.
O seu mundo me é estranho, sua casa, suas coisas e seu comportamento.
Estou ali presente em meio a fotos atuais e recordações expostas na parede, mas estou num cantinho, quase caindo, pendurada a um imã qualquer. A julgar pelo glamour que já tive, estou meio ofuscada entre as novas amizades.
Não. Isso não é de maneira alguma uma cobrança. São fatos. Senti o potencial dos novos tempos e me calei perante eles.
Ninguém trará de volta os velhos tempos, as risadas por motivos banais, a felicidade de dividir os minutos em conversas longas e demoradas. Acho que já nos conhecemos demais, e é hora de ser “novidade” para outras pessoas, novos amigos.
Lamentei sim, sou franca a dizer.
Pois ainda sou do tipo que se tem uma amiga só até o final. Mas respeito à opinião e atitude alheia, principalmente se mantenho o mesmo carinho pela pessoa. É hora de voltar para casa, levar comigo apenas o que esteve do meu lado, as minhas filhas (essas um dia também partirão rumo a felicidade. Eu não estarei inclusa é claro, mas me conforta saber que nosso vínculo é eterno). Amo minhas pequenas além de dessa vida, muito antes dela existir e de descobrir seu lado podre.

P.s.; Vou fumar novamente!
Depois de cinco minutos (eternos) retorno.

Entro pela sala em silêncio, tentando ordenar meus pensamentos. Essa madrugada eu aprendi a perder, ou melhor, aprendi a aceitar tais coisas do coração. Aceitei que estou triste por ter perdido o que ou quem eu nunca tive. Aceitei a perder uma amiga numa boa (sem necessidade de questioná-la, de culpá-la, nada). Vi claramente que meu mundo é só meu, está na hora de fechar as lacunas, preencher os espaços com o que tenho. Nada de sobras, nada de restos. Sem me gabar, acho que mereço conhecer o melhor dessa vida e talvez isso estará nas mãos de desconhecidos, que não tardam a chegar (já os sinto). Afinal, para se receber algo novo é necessário deixar cair das mãos coisas preciosas e estou abrindo mão de tudo e todos (amizades, amores).
Jogo essa estrela no ar. Se brilhar novamente, estarei aqui a observá-la no mesmo instante. Pois no momento só quero esquecer, fugir, correr...


BjoOo
Jana

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

* A peça chave, é você! *

Estranhamente temos ou sentimos a necessidade de estar em constante limpeza interior. Ontem o que era bom, hoje já não satisfaz. O que agora te faz sorrir, amanhã será só uma lembrança. Crises são crises. E as existenciais são um estrondo na mente. É um pensar sem parar, uma angustia uma falta de resposta e não aceitação do que se vive. É um olhar para dentro e não saber o que realmente importa. Como se estivesse dentro de um quebra-cabeça gigante e ter plena certeza que nenhuma peça irá se encaixar. Existo por quê? Há os que virão com belos conselhos contra o seu vazio. Os que te apresentarão a religiosidade, os que simplesmente te dirão para parar de frescuras e seguir. Nada disso é válido quando você mesmo não quer enxergar não é mesmo? Sei bem. Nesses momentos, o que alivia mesmo é o silêncio. É se trancar em um quarto escuro, fechar os olhos e se imaginar parte dessa escuridão. É permitir que as lágrimas escorram e que seu corpo se esgote tanto a ponto de não sent...

** CoM ou SeM VoCê **

Não se importe com os críticos, continue amando! Nem vale a pena explicar, Mas se deixe levar... Sonhe com mais... mais... Impressionante mesmo é o jeito que ele te olha [rs] Apenas rejeite as sombras do passado E quebre o espelho quando este insistir em te mostrar O que não se quer lembrar No calor de uma noite, Brilhe nas buscas e se encontre nesse amor que pulsa Sem medo, Sem jeito Se permita a vontade de merecer E ame até amanhecer O coração tem horas que grita por carinho                            Dê-lhe! Ofereça-lhe amor, paixão, ilusão... Mas alimente-o de alguma forma. Deixe de ser cruel consigo mesmo. Não vale a pena! Afinal o amor não é nada palpável... É meramente um vapor, que aquece ou esfria ... Que quando menos se espera, Já se foi! “Então o melhor é ser dele agora e não deixar pra depois”       ...

** SeM esPaçOs **

Aflijo-me pelo céu em desatina lastima... Um choro que molha a terra e que vem lá de cima sem prévios anúncios. Chega. Molha. Umidifica o que (aquele) que está seco. Trás um pouco de maciez a alma. Choramos juntos. Por dias intermináveis, por lembranças que ficarão nesse tempo. Nada irá saltar com o vento para o novo. E como folhas secas, voarão para algum lugar especial do passado. Deves-se ficar, toda saudade. Todo amor dado. Toda dor sofrida. E os muitos sorrisos que se alegraram a alma em curto espaço. Ah! Eu esqueci? Não. Mas ficarás aqui. Os lugares para a nova viajem estão ocupados e não há brechas para tormentos conhecidos. Prefiro virar a página e te deixar em algum lugar desse velho ano mesmo. Talvez em Maio passado... E para sempre ali meu desagrado. A brisa renova e trás um sorriso inocente. Conhecido até, mas esperançoso de sei lá o que. Como saberei se não arriscar? Não há como, apenas redesenhar. O jeito é saltar com os pés soltos, flutuar no vazio e se acalmar. ...