Destilando experiências românticas, eis que me lembro das coisas cômicas que definitivamente ‘ficam’ para reavivar cada momento. Ah, que coisa chata, mas dessa vez resolvi modificar o modo como encaro os fatos (e como os escrevo é claro) e nada melhor do que retirar o drama de cena e temperar essa vida com pitadas de sarcasmo.
Vão ser textos engraçados – prometo! Palavra de quem sempre quis ser escoteira – mas nunca nem passou perto disso (risos), mais ainda assim acreditem.
Voltando as cenas cômicas, eis que me lembro que em todo bom ou decadente relacionamento, sempre o que resta mesmo são as evidências de um romance naufragado... Falo de roupas deixadas para trás, objetos pessoais e até mesmo a bendita ‘escova de dentes’ que por um acaso e diga-se de passagem, mais um relaxo de minha parte, permaneceu lá... entrosada a minha, como uma companhia necessária.
Ah vai! Não me venham dizer que isso não é possível!
Por mais que um ataque súbito de ódio suba a mente e você queira num segundo esquecer uma grande ou pequena estória que viveu com essa ou aquela pessoa, as evidências da existência desse dito cujo permanecerão em seu território pessoal em algum lugar jogado, abandonado e esquecido. Afinal, não dá para queimar, jogar fora ou se desfazer de tudo num único ataque de loucura eminente e impensado.
E num dia desses, raros, no entanto, onde se está em casa sem nada para se fazer, a não ser fuçar em coisas antigas, parecem que esses velhos fantasmas nos assombram.
Sem aquele véu de paixonite aguda tapando meus olhos, descobri uma escova a qual não me pertencia... E que sorridente invadia meu mundo, sem um pingo de escrúpulos.
Aff! Fiquei furiosa. Pois primeiro a insensatez das lembranças me invadiu o ser (coisa de mulher eu diria, a qual primeiro recorda-se de tudo com carinho e por fim mete o pé no balde da sua própria tolice)...
Sai à caça de mais alguma surpresa desagradável e me assustei. Havia correntes, uma aliança do fracasso, cartas de um amor impróprio e até mesmo bilhetinhos onde a variedade de sentimentos me fez rir por instantes (é, acho que fui feliz outrora). Uma coisa que me deixou boquiaberta foi à descoberta de um vício... Simmm...Guardo fotos, sempre uma sobreposta a outra e até mesmo com certo capricho (achei uma loucura, mas confesso que faço isso sem nunca ter parado para refletir direito), apenas guardava e as remetia em algo que chamo de “minha mala de documentos ou coisas importantes”... e sua cor adivinhem?? Vermelha...
Ri gostoso desse absurdo. Logo eu, tão enigma observadora, nunca havia reparado nos meus próprios hábitos malucos. Claro que encontrei muitas outras coisas, tais como perfumes (alias, está aí uma coisa que nunca esqueço de um ex-amor... e pra minha sorte, meus ex’s queridos amados, nunca tiveram o cúmulo de confundir meu olfato... cada um teve seus cheiros próprios, inesquecíveis). Mas todos tiveram a prepotência de esquecer algo pessoal no meu canto.
Jamais faria isso. Pois quando me retiro de cena (como costumo dizer), recolho absolutamente todo meu time de campo, todo e qualquer rastro que faça minha doce presença permanecer viva de certa forma. Se deixei ou deixo algo, é mais que pensado e calculado – mas isso é raro também.
Se for para ser representada por alguma coisa, que seja pelo pouco amor que entreguei. Pois se entreguei essa dádiva, foi por pura fé, vontade e confiança... Do mais, prefiro ser absoluta para eu mesma e inesquecível para poucos... como em tão poucos deixei que restassem uma amizade diluída ao bom senso de que realmente valiam a pena.
Pelos menos essas coisas não assombram e não se descobre que devem realmente ir para o lixo mais próximo.
A limpeza foi feita, o que não foi nenhum trauma dramático ou patético!
Ou será que ainda esqueci algo??
(risos)
(by Jana)
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Bjuus
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