** S2 **
De vez quando se quer ouvir algo...
Algo que modifique tudo e mesmo que seja absurdo, temos a impressão que é tudo aquilo que precisamos. Um elogio, uma critica... Qualquer coisa que mude as coisas de lugar.
Às vezes desejamos tanto pelo fim.
Cansaço, angústias, frustrações.
E os dias vão engolindo nossas emoções... Alegrias ou tristezas, tudo junto feito uma salada de frutas.
E os poucos momentos de consciência total, o estresse físico rouba-lhe o pouco brilho. Desaba-se então na ilusão perdida dos desejos e tudo se transforma em sonhos bons ou pesadelos.
Um grito salta da garganta feito um palhaço atrasado.
Silencio total.
Não há mais nada aqui. A não ser os medos.
E as palavras certas nunca serão ouvidas nessas horas.
E a proteção está viajando por aí.
Imersos a um nada real – se é que isso seja provável.
Em segundos a solidão se torna uma amiga intima, debochada.
Ela intimida e causa arrepios e acolhe e conforta ao mesmo tempo.
Parece até conversa pra loucos – mas não no sentido pejorativo, é claro.
Classificar um instante é inútil.
Uma hora o trem desgovernado das emoções vai ter que parar.
Se vão ouvir os gritos de socorro é outra questão.
Mas por enquanto, o capricho da madrugada é o silêncio.
Perpétuo, mútuo.
E assim as palavras vão continuar presas em alguma garganta e neutralizando os desejos de serem ouvidas por alguém como eu.
By Jana
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