Estar em órbita é engraçado. As mudanças são tão nítidas que nem estranho mais. Passei de Celine Dion a Evanescence num instante... do cinza para o roxo gritante e as coisas que antes não demonstrava valor, agora têm. E até mesmo o que eu detestava outrora, passei a saborear as emoções como se realmente tivessem algum sabor irresistível.
É estranho mesmo habituar-se ao vazio de emoções e fazer dele algo rotineiro numa vida. Confesso que chega a ser como caminhar sobre um trecho sem flores, mas que de certo levará a algum lugar e o que importa mesmo é chegar.
Mas tenho plena certeza que independente dos fatos, o sol brilhará hoje e em cada amanhecer e nem mesmo uma súbita tempestade assunta mais como antes (e olha que as ventanias sempre me trouxeram certa fobia).
Já não ligo mais para a saudade, nem mesmo quando contrariada ela vai embora beiçuda. Não estou nem ai para ela e pra nada.
Viver em órbita é não se importar com os novos rumos... se as pessoas vão sorrir ou não, ou se saberão que estou aqui. Afinal não cabe provar-se mais nada. Nem se amo, se odeio, se sinto raiva ou sossego... é melhor mesmo deixar tudo pra lá.
Tudo que mais preciso é sentar numa grama, absorver o ar fresco inebriante e deixar que o vento sopre coisas boas ao meu coração cansado.
Desisto de tentar entender os porquês das coisas, pois sempre as respostas significativas são afogadas numa água suja mais próxima. Desisto de tentar entender o que vai dentro da essência de um momento ou pessoa, assim a frustração é menos pesada.
Prefiro tomar decisões importantes quando crescer... pois descobri que ainda sou feito criança revoltada e que de modo algum irá fazer qualquer questionamento sobre o que há por trás de um horizonte roubado... afinal ela não tem mesmo consciência do que é certo ou errado... Apenas vive!
by JanNe
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