Os pés caminham numa areia fina e quente.
Amortecem todas as sensações. Dor e revolta.
Putz! Ainda falta muito para a orla chegar ao fim.
Mas a pressa é inimiga nessas horas, o tempo é o companheiro fiel agora.
O pôr-do-sol daqui parece ter outra imagem.
Intrigante, envolvente... Apelativo.
Tudo mudou em fração de segundos e retomei meu próprio caminho.
Agora sim, estou olhando pra mim.
Um reflexo indiferente. Desconhecido.
Mas esperado há certo tempo.
... Mudanças sempre causam certo desconforto intimo.
Mas nada que não se torne habitual daqui a diante.
Foram cruciais esses dias ou meses.
Como em um súbito ‘apagão’, tudo ficou escuro.
Desesperei-me – sei muito bem disso.
Chorei horas a fio tentando entender a falta de ar em minha volta...
E todos os dias a obrigação em se matar algo era predominante – diria até, que mais forte do que eu.
Mutilar parte de si, mesmo que interiormente é uma penitencia absurda.
Mas algo necessário.
Pois sem essa trágica historia, não estaria como estou agora...
... Livre!
Achei uma porta dos fundos, e estou me mandando!
Hipnotizada ao escuro, esqueci-me de abrir os olhos e ver que o céu ilumina tudo.
Cada estrela... Torna-se uma nova saída de emergência.
E agora estou aqui... pisando na areia e nem percebo mais nada.
Não por não querer ou não desejar... mas por hora, não se importar.
Virei as costas para o terminal. Fatalidades acontecem e estou preparada para cortar esse fio que nos une.
O amanhã acena lá na esquina...
....tão cheio de mistérios e eu com uma gana louca para desvendar e me retratar de uma vez por todas com ele. - Afinal estou de volta meu querido, mas sozinha dessa vez!
(by JanNe)
(Ah, sei que estou abusando de Evanescence, mas esta é uma das minhas preferidas – retrata bem o momento).
Comentários
Beijos e boa semana.