Amanheceu!
E estava a sós com ele...
Deitando a um canto, acariciei seu rosto sofrido.
Lágrimas pesadas molharam minhas mãos...
E como uma criança abandonada eu o segurei nos braços firmemente e esperei seu desespero passar... sim... sem entender muito o porque, sem fazer nenhuma pergunta.
Afinal descobri que nos entendemos melhor e direito no silencio total.
Ele com suas dores e eu com meus medos.
Ele pode sentir em meu olhar o carinho, as promessas de dias melhores.
E que seria sua guardiã até quando não suportar mais nada.
Estamos cansados!
Mas temos apenas um ao outro, como pássaros solitários.
Ele me aquece e eu o protejo.
Companheiros de anos nessa trajetória estranha e espinhosa.
Já nos amamos. Já nos entregamos. Já sentimos raiva um do outro. Mas ele sempre volta, como sempre o procuro em meus dias cinzentos.
Não suporto a idéia de vê-lo embriagado de suas dores.
Não agüento seu sofrimento constante e confesso que choro escondida para não magoá-lo mais um terço.
Existem dias em que ele está bem...
Abre as janelas da minha vida e me força a enxergar as flores, tais como sentir seus perfumes... De certa forma ele precisa saber que ficarei bem sem dar importância a suas marcas profundas.
Pego suas mãos macias e caminhamos...
Há alguma força em nós que não saberei explicar nunca.
Tanto faz no claro ou na escuridão, estamos sempre juntos.
E a noite adormecemos falando de nossas historias malucas.
É sempre assim.
Assisto seus olhos fecharem aos poucos, sua voz se perder até tudo ficar mudo.
Permaneço ali velando seu sono...
“Amor, amor”... o que deixei que fizessem com você?
Mas prometo sanar suas feridas, adormecer suas tristezas todos os dias!
Afinal você é tudo que tenho de mais lindo.
Meu anjo sem asas...
Meu anjo sem asas...
Minha criança adorável e prometida.
- by JanNe –
Comentários
Beijos linda e boa semana.